domingo, 20 de maio de 2012

Limites: Tecnologia para o bem e para o mal do esporte


Limites: Tecnologia para o bem e para o mal do esporte
O Jornal Nacional apresenta, nesta semana, uma série de reportagens especiais sobre a busca dos recordes e a superação dos limites no esporte. Hoje, Renato Ribeiro mostra como os avanços da ciência e da tecnologia podem mudar resultados. Honestamente ou não.
Pista de carvão, roupas de algodão pesadas. Com o passar dos anos o atletismo mudou o cenário, mudou o figurino. A pista, as sapatilhas evoluíram para impulsionar o atleta para frente.
Na natação, ironia dos novos tempos: hoje, nadar vestido pode ser mais rápido do que só de sunga.
A ciência, a tecnologia e a preparação física mudaram os limites do esporte. Nem sempre de maneira lícita.
Justin Gatlin, campeão olímpico, campeão mundial, ex-recordista mundial: dopado. O roteiro que já se repetiu inúmeras vezes.
Nove segundos e 77 centésimos. O canadense Ben Johnson assombrou o mundo nos Jogos de Seul em 88.
“O estádio inteiro veio abaixo, com um som tipo ‘ohhhh!’. Todo mundo ficou estarrecido com o resultado”, lembra o ex-atleta Róbson Caetano.
Róbson Caetano chegou em quinto na prova que ficou famosa como o maior escândalo de doping da história. Esteróide anabolizante, fim da carreira de Ben Johnson.
Quase 20 anos depois, o doping, como tudo no esporte, evoluiu. E no início do século XXI, o Comitê Olímpico Internacional tem um novo desafio: o combate ao doping genético.
Na busca pela cura de doenças herdadas geneticamente, descobriu-se que há 170 gênes relacionados à performance física humana. Isso abriu espaço para o mau uso da ciência.
Por exemplo, o velocista que precisa de mais músculos nas pernas e coxas, ele poderia aplicar o gene que estimula a produção do hormônio do crescimento diretamente no local necessário e conseguiria o dobro de massa muscular.
Testes com animais já foram feitos, mas hoje algum atleta já poderia estar se dopando geneticamente?
“Pode ter gente que, de uma forma irresponsável, já esteja utilizando ele em laboratório”, acredita o geneticista Rodrigo Gonçalves Dias.
Os efeitos colaterais são perigosíssimos. Os corpos não estão preparados para receber em dobro hormônios, enzimas, proteínas. Tendões, ossos e até mesmo o coração podem sofrer conseqüências.
Pelas previsões dos especialistas, em oito anos poderemos ter o primeiro caso oficial.
“Do ponto de vista da saúde e médico e isso será uma violência, porque você estará realmente mexendo no cerne do funcionamento da máquina humana, o que é um absurdo de ser feito para esse tipo de objetivo”, alerta Francisco Radler, coordenador do laboratório antidoping da UFRJ.
Mesmo assim, o doping genético pode atrair atletas porque é mais difícil de ser detectado.
“Para você detectar um doping desse tipo, você precisa fazer no atleta uma biópsia muscular. Você não consegue detectar esse tipo de doping através de um teste de urina ou sangue”, afirma Rodrigo Gonçalves Dias.
A Agência Mundial Antidoping já prevê na lista de proibições mutações genéticas e vem pesquisando métodos para detectar e coibir o novo inimigo do esporte. Uma das grandes disputas dos próximos anos será nos laboratórios.
Créditos: Tino Marcos  - repórter
Grifo nosso:
No futuro bem próximo teremos:

As Olimpíadas Transgênicas – esta será financiada pelos grandes laboratórios onde o atleta não passa de uma marca, e não mais um corpo.

ÍNDICE DE MASSA CORPORAL

ÍNDICE DE MASSA CORPORAL

VERIFIQUE SE VOCÊ ESTÁ  NO SEU PESO IDEAL !

Métodos de cálculo do peso ideal

        O cálculo do peso ideal deveria ser feito, idealmente, através da medida do percentual de gordura corporal, que pode ser obtida por métodos como a bioimpedância ou pela medida das dobras cutâneas. Como na maioria dos casos estes métodos não estão disponíveis, o índice de massa corporal tem sido largamente utilizado para determinar a faixa ideal de peso. 

        O Índice de Massa Corporal ( I.M.C. ) relaciona o peso e a altura do avaliado afim de verificar se o mesmo excede ao da média da população. Apesar de não discriminar os componentes gordo e magro da massa corporal total, é o método mais prático para avaliar o grau de risco associado à obesidade. Este índice pode ser obtido dividindo-se o peso corporal pelo quadrado da altura em metros. Ele serve como apenas como um parâmetro de comparação !

 

ÍNDICE DE MASSA CORPORAL  = 

PESO ( em Kg )


( ALTURA em metros ) 2

CALCULE SEU ÍNDICE DE MASSA CORPORAL

   

Peso ( Kg )

Altura ( cm )

I.M.C.

           CLASSIFICAÇÃO            

       
       

Classificação segundo a  Organização Mundial da Saúde ( O.M.S )

CATEGORIA

I.M.C.

ABAIXO DO PESO

< 20

PESO NORMAL

20 – 25

SOBREPESO

25.1 – 29.9

OBESO

30.0 – 39.9

OBESO MÓRBIDO

40 E >

Entenda seu Índice de massa corporal :

IMC menor que 20- ABAIXO DO PESO
        Peso abaixo do normal. Mas se o biotipo da pessoa for longilíneo - alongado - pode ser que o total de gordura esteja correto. Caso contrário, há maior predisposição para males como desnutrição e infecções pulmonares (por falta de nutrientes, o sistema de defesa do corpo fica prejudicado e não combate com eficiência vírus e bactérias)

IMC entre 20 e 25- PESO NORMAL

Faixa de peso saudável. Um I.M.C.  de 20 - 25 representa um risco mínimo de problemas de saúde associados à obesidade.
        Peso abaixo do normal. Mas se o biotipo da pessoa for longilíneo - alongado - pode ser que o total de gordura esteja correto. Caso contrário, há maior predisposição para males como desnutrição e infecções pulmonares (por falta de nutrientes, o sistema de defesa do corpo fica prejudicado e não combate com eficiência vírus e bactérias)

  IMC entre 25.1 e 29.9 - SOBREPESO
        Classificado como excesso de peso. Começam a aparecer as chances de surgimento de complicações como diabetes, hipertensão arterial e colesterol. Nas mulheres, se a cintura for maior do que 80 centímetros, os riscos aumentam ainda mais. E mesmo se o IMC for menor do que 25, mas a cintura ultrapassar 80 centímetros, é bom entrar em estado de atenção. Essa medida, sozinha, já predispõe ao aparecimento de males

  IMC entre 30 e 39.9 - OBESIDADE
        Nessa faixa, as chances de ocorrência de hipertensão, colesterol elevado e diabetes aumentam consideravelmente. Também sobem os riscos de surgimento de doenças relacionadas às juntas articulares. Nas mulheres, combinado com cintura maior do que 88 centímetros, esse IMC é sinônimo de perigo ainda maior. E, mesmo se o índice for menor, mas se a cintura for maior do que 88 centímetros, o perigo continua

IMC maior do que 40 - OBESIDADE MÓRBIDA
        Considerada obesidade mórbida, é quase sempre acompanhada de várias doenças relacionadas ao excesso de peso. Se a paciente não emagrecer com dietas, exercícios e remédios, costuma-se indicar uma cirurgia para diminuir o tamanho do estômago. Se estiver acima de 40, você pode estar correndo o risco de ter problemas de saúde ocasionados pela obesidade, tais como, diabetes, doenças do coração, colesterol alto, hipertensão, e algumas formas de câncer. As exceções para um I.M.C. alto, sem risco de problemas, são os atletas de elite e halterofilistas, devido ao aumento de massa muscular; mulheres grávidas ou lactantes, crianças em fase de crescimento e pessoas idosas sedentárias. 

Para achar seu Índice de Massa Corporal  verifique sua altura ( em metros) na coluna vertical  e  seu peso ( em kg) na coluna horizontal

 

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Tabelas de Peso x Altura 

Apesar de muito sujeitas a erros, as tabelas de peso e altura ainda são largamente utilizadas em todo o mundo para estimar-se o peso ideal.  Os pesos chamados de "ideais" são, na verdade, médias das faixas de peso ideal para cada faixa etária analisada. As tabelas abaixo mostram os pesos de referência para cada uma dessas faixas. 

Pesos de referência para adultos entre 20 e 55 anos

ALTURA
(em metros)

PESO
para homens
(em Kg)

PESO
para mulheres
(em Kg )

1.47

*

51.7

1.50

*

52.8

1.52

*

53.9

1.55

*

55.3

1.57

60.3

56.7

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61.2

58.0

1.63

62.4

59.4

1.65

63.5

60.8

1.68

64.9

62.1

1.70

66.2

63.5

1.73

67.6

64.9

1.75

68.9

66.2

1.78

70.3

67.6

1.80

71.9

69.0

1.83

73.9

*

1.85

75.3

*

1.88

76.9

*

1.91

78.9

 

Pesos de referência para adultos entre 55 e 74 anos

ALTURA
(em metros)

PESO
para homens
(em Kg)

PESO
para mulheres
(em Kg )

1.47

*

57

1.50

*

62

1.52

*

65

1.55

*

64

1.57

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64

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1.68

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66

1.70

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1.73

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1.78

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73

1.80

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*

1.83

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*

1.85

88

*

1.88

95

*

1.91

97

*

IMC alto na adolescência está ligado à diabetes na vida adulta

IMC alto na adolescência está ligado à diabetes na vida adulta
Índice também pode aumentar riscos de doenças cardíacas
Um estudo feito por pesquisadores israelenses e norte-americanos, publicado no New England Journal of Medicine, mostra que o aumento do Índice de Massa Corpórea (IMC) na adolescência está diretamente ligado ao risco de desenvolver diabetes e a incidência de doenças do coração na vida adulta.
A pesquisa foi feita ao decorrer de 17 anos, usando 37000 jovens israelenses, e demonstrou que, neste período, o IMC dos participantes aumentou de 0.2 a 0.3 por ano, enquanto a média de peso ganho foi de aproximadamente 13,6kg. Nesse período, 1173 novos casos de diabetes e 327 de doenças do coração foram diagnosticados.
Segundo os pesquisadores, o estudo sugere que a questão da obesidade na infância e adolescência é apenas a ponta do iceberg no aumento do risco de desenvolver diabetes tipo 2 e doenças coronárias em idade adulta.
Mesmo considerando fatores como idade, índice glicêmico, gorduras no sangue, pressão sanguínea, tabagismo e histórico familiar, os pesquisadores perceberam que, aos 17 anos, mesmo IMCs considerados normais podem indicar a incidência de diabetes e problemas no coração. Assim, até mesmo o aumento de 1 ponto no índice pode aumentar em até 10% o risco de desenvolver diabetes tipo 2 na idade adulta e em 12% o de doenças coronárias.
Aos 17 anos, um adolescente tem risco elevado de desenvolver diabetes com IMC de 23,4kg/m² ou mais, enquanto, para os males do coração, 20,9kg/m² (valores correspondentes a adolescentes do sexo masculino que pesam, aproximadamente, 66kg e medem 1m78).
Os responsáveis pelo estudo, ainda, ressaltam a importância de cuidar dos hábitos nutricionais dos jovens, visto que, além de impedir a progressão da aterosclerose (inflamação crônica que forma placas de gordura dentro dos vasos sanguíneos) e do processo das doenças cardíacas, também pode revertê-los.
Controle seu IMC com hábitos simples
Para manter o IMC na faixa indicada, uma boa dieta é fundamental. No entanto, fica difícil cuidar da alimentação, ainda mais quando rotinas cada vez mais pesadas exigem de adolescentes e adultos tempo demais para se preocuparem com essas questões.
A endocrinologista Cláudia Cozer, integrante da diretoria da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso), ensina que para quem não consegue fazer cinco refeições ao dia, realizá-las apenas três vezes é válido, desde que os alimentos ingeridos sejam de qualidade e sem exageros.
Pra quem não gosta muito versões integrais de alimentos, investir em outras fontes de fibras (como maçã, morango, aveia, cevada, centeio e leguminosas como feijão e lentilha) é uma boa dica.
Se você só consegue jantar tarde da noite, pelo motivo que for, opte por refeições leves e balanceadas, que ajudam no processo de emagrecimento. Nem os fãs de doce ficam de fora.
O importante é ponderar, já que algumas sobremesas são menos calóricas que barrinhas de cereais.










IMC ALTO NA ADOLESCÊNCIA.


IMC ALTO NA ADOLESCÊNCIA.
IMC alto na adolescência está ligado à diabetes na vida adulta
Índice também pode aumentar riscos de doenças cardíacas
Um estudo feito por pesquisadores israelenses e norte-americanos, publicado no New England Journal of Medicine, mostra que o aumento do Índice de Massa Corpórea (IMC) na adolescência está diretamente ligado ao risco de desenvolver diabetes e a incidência de doenças do coração na vida adulta.
A pesquisa foi feita ao decorrer de 17 anos, usando 37000 jovens israelenses, e demonstrou que, neste período, o IMC dos participantes aumentou de 0.2 a 0.3 por ano, enquanto a média de peso ganho foi de aproximadamente 13,6kg. Nesse período, 1173 novos casos de diabetes e 327 de doenças do coração foram diagnosticados.
Segundo os pesquisadores, o estudo sugere que a questão da obesidade na infância e adolescência é apenas a ponta do iceberg no aumento do risco de desenvolver diabetes tipo 2 e doenças coronárias em idade adulta.
Mesmo considerando fatores como idade, índice glicêmico, gorduras no sangue, pressão sanguínea, tabagismo e histórico familiar, os pesquisadores perceberam que, aos 17 anos, mesmo IMCs considerados normais podem indicar a incidência de diabetes e problemas no coração. Assim, até mesmo o aumento de 1 ponto no índice pode aumentar em até 10% o risco de desenvolver diabetes tipo 2 na idade adulta e em 12% o de doenças coronárias.
Aos 17 anos, um adolescente tem risco elevado de desenvolver diabetes com IMC de 23,4kg/m² ou mais, enquanto, para os males do coração, 20,9kg/m² (valores correspondentes a adolescentes do sexo masculino que pesam, aproximadamente, 66kg e medem 1m78).
Os responsáveis pelo estudo, ainda, ressaltam a importância de cuidar dos hábitos nutricionais dos jovens, visto que, além de impedir a progressão da aterosclerose (inflamação crônica que forma placas de gordura dentro dos vasos sanguíneos) e do processo das doenças cardíacas, também pode revertê-los.
Controle seu IMC com hábitos simples
Para manter o IMC na faixa indicada, uma boa dieta é fundamental. No entanto, fica difícil cuidar da alimentação, ainda mais quando rotinas cada vez mais pesadas exigem de adolescentes e adultos tempo demais para se preocuparem com essas questões.
A endocrinologista Cláudia Cozer, integrante da diretoria da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso), ensina que para quem não consegue fazer cinco refeições ao dia, realizá-las apenas três vezes é válido, desde que os alimentos ingeridos sejam de qualidade e sem exageros.
Pra quem não gosta muito versões integrais de alimentos, investir em outras fontes de fibras (como maçã, morango, aveia, cevada, centeio e leguminosas como feijão e lentilha) é uma boa dica.
Se você só consegue jantar tarde da noite, pelo motivo que for, opte por refeições leves e balanceadas, que ajudam no processo de emagrecimento. Nem os fãs de doce ficam de fora.
O importante é ponderar, já que algumas sobremesas são menos calóricas que barrinhas de cereais.
Segundo o IMC, quem é considerado acima do peso e quem é obeso?
Antes de tudo, é preciso salientar que o Índice de Massa Corporal é apenar um indicador, e não determina de forma inequívoca se uma pessoa está acima do peso ou obesa.  
A Organização Mundial de Saúde usa um critério simples:
Condição IMC em adultos
abaixo do peso abaixo de 18,5
no peso normal entre 18,5 e 25
acima do peso entre 25 e 30
obeso acima de 30
A vantagem do sistema da Organização Mundial de Saúde é que ele é simples, com números redondos e fáceis de utilizar.
Há outros critérios mais detalhados. Os resultados da NHANES II survey (National Health and Nutrition Examination Survey), uma pesquisa realizada nos Estados Unidos entre 1976-1980, indicaram a adoção dos seguintes critérios:
Condição IMC em Mulheres IMC em Homens
abaixo do peso < 19,1 < 20,7
no peso normal 19,1 - 25,8 20,7 - 26,4
marginalmente acima do peso 25,8 - 27,3 26,4 - 27,8
acima do peso ideal 27,3 - 32,3 27,8 - 31,1
obeso > 32,3 > 31,1
Quais são os pontos fracos do IMC?
Há alguns problemas em usar o IMC para determinar se uma pessoa está acima do peso. Por exemplo, pessoas musculosas podem tem um Índice de Massa Corporal alto e não serem gordas. O IMC. também não é aplicável para crianças.
Outro problema é a influência, ainda não suficientemente estudada, que as diferenças raciais e étnicas têm sobre o Índice de Massa Corporal. Por exemplo, um grupo de assessoramento à Organização Mundial de Saúde concluiu que pessoas de origem asiática poderiam ser consideradas acima do peso com um IMC de apenas 23.
Qual é o método mais preciso para definir se uma pessoa está gorda?
O Índice de Massa Corporal, apesar de conter alguns pontos fracos, é um método fácil no qual qualquer um pode obter uma indicação, com um bom grau de acuidade, se está abaixo do peso normal, acima do peso ideal, ou obeso. Porém, o método mais preciso para determinar se a pessoa está gorda é a medição do percentual de gordura corporal. Tal medição deve ser feita por profissional qualificado utilizando um medidor de dobras cutâneas. Você pode ter a medição de seu porcentual de gordura corporal nas boas academias de ginástica. Há também medidores de gordura portáteis.

















QUALIDADES FISICAS OU CAPACIDADES FISICAS

QUALIDADES FISICAS OU CAPACIDADES FISICAS. 

Qualidade ou Capacidade Física pode ser definida como todo atributo "treinável" de um organismo, ou seja, passível de adaptações. Toda adaptação envolve uma qualidade física. Podemos considerar as seguintes qualidades físicas: 

QUALIDADES FÍSICAS PRIMÁRIAS:
 As qualidades físicas primárias dependem basicamente do sistema músculo-esquelético. Possuem um componente nato ou genético.

 · Velocidade - É a qualidade física particular do músculo e das coordenadas neuromusculares que permite e execução de uma sucessão rápida de gestos que, em seu encadeamento, constituem numa só e mesma ação, de uma intensidade máxima e de duração breve ou muito breve. Pode ser de três tipos:

 1. Velocidade de reação 
2. Velocidade de deslocamento 
3. Velocidade dos membros. 

· Força - É a qualidade física que permite um músculo ou grupo de músculos produzirem tensão e vencer uma resistência na ação de empurrar, tracionar ou elevar. Pode ser de três tipos: 

1. Força Dinâmica; 
2. Força Estática;
 3. Força Explosiva.

 · Resistência - É a qualidade física que permite um esforço proveniente de exercícios prolongados, durante um determinado tempo. 
Pode ser de três tipos:

· Resistência aeróbia - é definida como sendo uma qualidade física que permite a um atleta sustentar por um período longo de tempo uma atividade física relativamente generalizada em condições aeróbicas, isto é, nos limites do equilíbrio fisiológico denominado "steady-state". 
"Steady State"- Sustentar por um período longo uma atividade nos limites do equilíbrio de O2. O desenvolvimento da capacidade aeróbica de um indivíduo provoca desenvolvimento da capacidade funcional do coração; aumento da capacidade muscular de queimar açúcares e gorduras; melhoria no transporte de 02; aumento do coração; aumento dos glóbulos vermelhos (número); redução da massa corporal e redução da FC de repouso

. OBSERVAÇÃO: Consulte também a página de Avaliação Física. Nela estão descritos dois protocolos de avaliação da capacidade cardiorrespiratória.

 · Resistência anaeróbica - Permite ao atleta sustentar a atividade em débito de 02. A principal variável é o tempo. O objetivo é resistir a uma solicitação superior ao "Steady-State", mantendo a velocidade e o ritmo apesar do crescente débito de O2. Provoca fadiga bioquímica e neuromuscular. 

· Resistência muscular localizada - Permite ao atleta realizar num tempo maior possível a repetição de um movimento com a mesma eficiência. Permite a continuação do esforço tanto em condições aeróbicas quanto anaeróbicas. Depende da duração do esforço para determinados grupos musculares. Provoca fadiga periférica (circulatória e motriz) e também fadiga nervosa. 

· Flexibilidade - É a qualidade física que condiciona a capacidade funcional das articulações a movimentarem-se dentro dos limites ideais de determinadas ações. É a amplitude de movimento. 
Depende da mobilidade articular e elasticidade muscular. 
O sexo feminino e as crianças são mais flexíveis. É uma característica corporal pessoal. Deve ser treinada em sessões freqüentes e com aquecimento prévio.

 · Agilidade - É a qualidade física que permite mudar a direção do corpo no menor tempo possível. Conhecida como velocidade de "troca de direção". Para a agilidade, a flexibilidade é importante.

 QUALIDADES FÍSICAS CENTRAIS As qualidades físicas centrais são aquelas que dependem da integração do sistema músculo-esquelético com o Sistema Nervoso Central (S.N.C.).

 · Coordenação motora - É a qualidade física que permite ao homem assumir a consciência e a execução, levando-o a integração progressiva de aquisições, favorecendo-o a uma ação ótima dos diversos grupos musculares na seqüência de movimentos com um máximo de eficiência e economia.

 · Ritmo - É a qualidade física explicada por um encadeamento de tempo, dinâmico-energético, uma mudança de tensão e repouso, enfim, uma variação regular de repetições periódicas. 
A sensibilidade ao ritmo é importante para novas performances. Lembrar que cada pessoa possui um ritmo diário próprio que deve ser levado em consideração na preparação do treinamento.

 · Descontração - É a qualidade física compreendida como um fenômeno neuromuscular resultante de uma redução de tensão na musculatura esquelética. Pode ser de dois tipos: 

· Descontração total - treinadas em processos psicológicos.
· Descontração diferencial - os grupos musculares não exigidos durante uma atividade devem relaxar (economia energética). 

· Equilíbrio - É a qualidade física conseguida por uma combinação de ações musculares com o propósito de assumir e sustentar o corpo sobre uma base, contra a lei da gravidade. 

Pode ser de três tipos:
 · Equilíbrio dinâmico 
· Equilíbrio estático 
· Equilíbrio recuperado

Alterações Posturais


Alterações Posturais
Alterações no tronco implicam, em maior ou menor grau, também em alterações do sistema respiratório (mecânica respiratória).
Portanto é importante que tenhamos alguns conhecimentos básicos a seu respeito!
CAUSAS:
 Estímulos insuficientes no desenvolvimento;
 Alongamento muscular exagerado;
 Músculos encurtados por posições unilaterais;
 Musculatura tensa por estresse nervoso;
 Vícios posturais;
 Alimentação pobre em proteínas. . . . . .
 Obs.: Alterações isoladas resultam em alterações gerais (circulação, respiração, coordenação...)
QUADRO:
 Força muscular insuficiente; Mobilidade excessiva ou insuficiente;
 Baixo tônus muscular;
 Articulações fracas...
TIPOS:
Funcionais - indicam problemas músculo-ligamentos, sem agressão óssea.
Estruturais - indicam deformidades ósseas.
CIFOSE:
É o aumento da curva posterior convexa da coluna (acentuação da curvatura fisiológica existente)
CARACTERÍSTICAS:
projeção dos ombros para frente e para baixo;
projeção da cabeça à frente;
inclinação pélvica anterior ou posterior;
joelhos hiperestendidos ou semiflexionados.
Geralmente ocorre encurtamento dos músculos peitorais, hipotonia dos dorsais e abdominais;
Provoca descida das costelas. (insuficiente amplitude torácica e bloqueio inspiratório).
ESCOLIOSE:
Desvio lateral da coluna, vista no plano frontal;
Causas: tanto funcionais como estruturais;
Denominação: por convenção trata-se sempre pela convexidade da curva, e pela primeira curva do “S”.
LORDOSE:
É aumento da curva lordótica da região lombar
Características:
Projeção da bacia e do abdômen para frente;
Encurtamento dos músculos lombares;
Insuficiência nos músculos abdominais e glúteos (sendo causa de dores lombares).
Maior ocorrência: deslizamentos intervertebrais freqüentemente localizados entre a 4ª e a 5ª lombar e a 5ª lombar e 1ª sacra
HÉRNIA DE DISCO:
É causada por uma ruptura das fibras concêntricas do disco intervertebral. O disco suporta cargas corporais e une vértebra a vértebra. Com a ruptura, processa-se o deslocamento de seu núcleo até a extrusão do mesmo. Quando se instala a lesão do disco, desencadeia um processo inflamatório, ocasionando a dor.
CAUSAS:
Relacionam-se a traumatismos, e tem como agravante causa diversas, como deformidades da coluna, rigidez corporal nos sedentários, obesidade, hipotonia e flacidez muscular. Os fatores psicológicos também contribuem para a instalação desses quadros, tais como depressão, estresse, etc.
TRATAMENTO:
Conservador: repouso, bloqueio anestésico, uso de analgésicos e antiinflamatórios, calor, massoterapia e reeducação através de exercícios corporais.
Cirurgia: aconselhada nos casos mais graves, garantindo o restabelecimento da resistência e estabilidade da coluna vertebral. Sendo esta uma estrutura que suporta grandes cargas, apenas a retirada da hérnia não alcança esse objetivo principal, sendo necessária a fixação dos elementos operados.
PINÇAMENTO:
FISIOPATOLOGIA DA DEGENERAÇÃO VERTEBRAL:
Causa: a ruptura do disco intervertebral ocasiona uma instabilidade segmentar progressiva da coluna, gerando a hérnia de disco ou a perda do poder higroscópico (gerando um processo de desidratação progressiva). Este processo reduz a estrutura discal, ocasionando uma maior aproximação entre os corpos vertebrais adjacentes.
EFEITOS:
Estabelece-se uma desestruturação completa da unidade funcional vertebral (degeneração progressiva de todos os elementos que dela participam).
A reação de defesa a este fenômeno de desmoronamento da coluna vertebral é realizada através da formação de osteofito (vulgarmente chamados de bico de papagaio, com a finalidade de aumentar a base de sustentação vertebral - estabilidade do segmento lesado).

As dores, que manifestam periodicamente, são ocasionadas por processos inflamatórios cíclicos concernentes à evolução do dano vertebral.
Pode ocorrer o desenvolvimento de hiperlordose lombar, aumento da cifose dorsal e retificação da coluna cervical devido ao efeito compensatório. Isso acarreta a redução da altura corporal do indivíduo (raquiadaptação).
Cada crise álgica apresenta contratura da musculatura para-vertebral, cujo objetivo é imobilizar o segmento lesado. As contrações dividem-se em: contratura de ofensa (desenvolve-se a partir da lesão discal instalada e a sua repetição é danosa à unidade funcional ), e contratura de defesa (se realiza durante os movimentos vertebrais e visa à proteção da coluna).
Conseqüências: dores incapacitantes nas regiões vertebrais, dores irradiadas como as ciáticas e braquialgias, incapacidades motoras que vão desde as paresias até as paralisias e mecanismos de espasticidade muscular. Isto acontece com a obstrução parcial ou total do canal vertebral, (canal estreito espondilótico ou degenerativo).
PREVENÇÃO:
A prevenção está relacionada à saúde corporal global.
É necessário um sistema músculo-esquelético flexível e estável, flexibilidade: prática de alongamentos diários; estabilização músculo-esquelético: tonificação dos músculos do abdômen, dos glúteos (nádegas), da coxa anterior e dos eretores da espinha.
É necessária que a porção corporal central tenha boa tonificação e a posição periférica (cintura escapular e cintura pélvica) tenha boa flexibilidade. Soma-se a este programa atividades aeróbicas que gerem uma aceleração cardíaca acima de 100 batimentos por minuto dentro de um tempo mínimo, conforme as condições cardiovasculares de cada pessoa.
Estas indicações são complementadas com a estabilidade psicológica, passando pela prática do relax e pensamentos entusiásticos e positivos. Para tanto, uma coluna perfeita necessita de hábitos de vida diário equilibrado e saudável, conduzidos de uma forma disciplinar e persistente.
ORIENTAÇÃO DE ATIVIDADES:
Se houver alguma alteração postural, procurar orientação quanto a exercícios específicos para:
        ALONGAMENTO E MOBILIDADE DA:
                       - cintura escapular;
                       - região dorsal;
                       - região lombar;
FORTALECIMENTO DOS:
-glúteos
- abdominais (cuidado com “abdominais” lesivos para a região lombar);
- dorsais (fortalecer dorsais sem sobrecarregar lombares;
- membros inferiores; 

IMPORTÂNCIA DA PRÁTICA DE ATIVIDADES FÍSICAS MUSCULAÇÃO

IMPORTÂNCIA DA PRÁTICA DE ATIVIDADES FÍSICAS

MUSCULAÇÃO

1 – Auto estima
A prática regular de exercícios aumenta a confiança do indivíduo.
2 – Capacidade Mental
Pessoas ativas apresentam (reflexos) reações mais rápidos, maior nível de concentração e memória mais apurada.
3 – Colesterol
Exercícios vigorosos e regulares aumentam os níveis de HDL (lipoproteína de alta densidade, o “bom colesterol”) no sangue, fator associado à redução dos riscos de doenças cardíacas e reduz níveis de LDL (mau colesterol ).
4 – Depressão
Pessoas com depressão branda ou moderada, que praticam exercícios de 15 a 30 minutos em dia alternados, experimentam uma variação positiva do humor já após a terceira semana de atividade.
5 – Doenças Crônicas
Os sedentários são duas vezes mais propensos a desenvolver doenças cardíacas e respiratórias.  A atividade física regula a taxa de açúcar no sangue, reduzindo o risco de diabetes.
6 – Envelhecimento
Ao fortalecer os músculos e o coração, e ao amenizar o declínio das habilidades físicas, os exercícios podem ajudar a manter a independência física e a habilidade para o trabalho, retardando o processo de envelhecimento e dependência.
7 – Ossos
Exercícios regulares com sobrecargas adequadas são acessórios fundamentais na construção e manutenção da massa óssea. O treinamento com pesos, leva a uma mineralização na matriz óssea.
8 – Sono
Quem se exercita tem  sono com mais facilidade, dorme profundamente e acorda restabelecido.
9 – Stress e Ansiedade
A atividade física libera os hormônios acumulados durante os momentos de stress. Também funciona como uma espécie de tranqüilizante natural  depois do exercício a pessoa experimenta uma sensação de serenidade.
10 - Saúde cardiovascular
O trabalho de musculação ativa o sistema cardiovascular na tentativa de aumentar a oxigenação dos músculos durante os exercícios. Com esse estímulo, o coração e os vasos sanguíneos desenvolvem a capacidade de manter a contratilidade do miocárdio.
11 - Varizes
A Musculação produz dilatação das veias periféricas normais, com grande benefício para a circulação do sangue.
12 - Diabetes
Exercícios habituais diminuem a resistência à insulina nas células.
13 - Estética
Homens e mulheres sempre buscam a estética corporal afim de se conseguir uma harmonia corporal buscando o "belo".
14 - Profilática ou Terapêutica
A musculação pode ser utilizada na recuperação de lesões musculares e na  correção de desvios posturais
15 - Recreativa
Podemos utilizar a musculação como uma atividade recreativa na quebra de tensões, como lazer ou ainda como higiene psicossomática.
A musculação pode ainda, ter um caráter competitivo. Dividido em :
  • Culturismo ( exibição estética )
  • Levantamento Básico ( Supino, Agachamento e o Levantamento Terra )
  • Levantamento Olímpico ( Arranco  e o arremesso )
*Benefícios da Musculação*
A musculação quando sobre supervisão adequada*, representa uma excelente opção para a manutenção da saúde e melhoria da qualidade de vida, pois qualquer indivíduo pode se beneficiar da mesma, desde que o protocolo seja ajustado a sua realidade e objetivos. A musculação apresenta benefícios como :
1.Manutenção e Aumento do Metabolismo - decorrente do aumento de massa muscular, pois a mesma é responsável pela maior parte do metabolismo orgânico;
2.Diminuição da perda de Massa Muscular - efeito este de grande utilidade aos idosos pois no processo de envelhecimento há uma diminuição progressiva da Massa Muscular;
3.Redução da Gordura Corporal - devido ao aumento do gasto energético e da conseqüente queima de calorias, ocorre uma diminuição das reservas de gordura corporal;
4.Diminuição das Dores Lombares - com um programa adequado de alongamento e fortalecimento da musculatura lombar ocorre uma significante queda no desconforto lombar.
5.Melhora do sono - Quem se exercita dorme com mais facilidade e aproveita melhor o sono
Um programa de exercícios leves (como caminhar de 30 a 40 minutos por dia ou praticar ginástica aeróbica de baixo impacto quatro vezes por semana) comprovadamente melhora a qualidade e duração do sono e ajuda o praticante a adormecer com mais facilidade. O efeito dos exercícios no sono são explicados pelo maior relaxamento muscular e a redução da tensão nervosa decorrentes da atividade física.
6.Diminuição no risco de pedras na vesícula -Mulheres ativas correm um risco 30% menor de sofrerem cirurgia para a retirada de pedras na vesícula, em comparação com mulheres sedentárias. Pesquisas indicam que mulheres que ficam sentadas por mais de 60 horas por semana, trabalhando ou dirigindo, têm duas vezes mais chances de passar pela operação do que outras mulheres que ficam sentadas em torno de 40 horas semanais.
Ou seja, mesmo pouco exercício já é melhor do que nenhum. 
7.Minimização da Ansiedade e da depressão -Deprimidos podem encontrar melhora na prática de exercícios. Indivíduos com tendência a ansiedade e depressão são beneficiadas pela liberação de substâncias calmantes e relaxantes durante os exercícios. As endorfinas, aumentadas no organismo de quem pratica musculação, por exemplo, ajudam muito na diminuição da hiperatividade.
8.Menor risco de câncer de cólon - Estudos relacionados aos riscos de desenvolver câncer no cólon (porção do intestino grosso, entre o ceco e o reto) indicam uma incidência menor da doença em pessoas ativas. A prática de exercícios diminui os níveis de prostaglandina (espécie de gordura) no organismo. Essa substância é responsável pela aceleração da reprodução das células do cólon e, em níveis elevados, pode desencadear ou agravar o processo de desenvolvimento de câncer.
9.Prevenção de doenças cardíacas - Correr (com a devida orientação) pode ser um bom remédio para o seu coração. Homens  que  se exercitam regularmente, têm menor risco de sofrerem problemas cardíacos. Mulheres que caminham o equivalente a três ou mais horas diárias também apresentam, de uma maneira geral, 35% menos chance de sofrer um acidente vascular ou cardíaco. Exercitar-se proporciona um aumento considerável na oxigenação do organismo (e conseqüentemente do músculo cardíaco) além de criar novos vasos sanguíneos, facilitando a circulação cardíaca e diminuindo o risco de entupimentos.
10.Combate à diverticulite - Homens ativos sofrem um risco 37% menor de doenças ligadas à diverticulite (como o desenvolvimento de pequenas bolsas na parede do cólon que acabam causando inflamação). O risco demonstrou ser menor em homens que desenvolviam atividades vigorosas, como correr, do que naqueles com práticas suaves, como caminhar apenas.
11.Controle de diabetes - Fatores de risco para o desenvolvimento de diabete, como obesidade, podem ser reduzidos com a prática de exercícios. Exercitar-se ajuda a diminuir as taxas de açúcar no sangue e também aumenta a absorção celular de insulina (hormônio responsável pela quebra de carboidratos durante o metabolismo celular). Mesmo em pessoas com histórico favorável a diabetes (obesas, com pressão alta ou com casos da doença na família*), há redução dos riscos. Estudos compravam que mulheres que caminham pelo menos três horas por semana reduzem em 40% o risco de desenvolver qualquer tipo de diabete.
12.Redução dos sintomas da artrite - A artrite é, resumidamente, uma inflamação dos tecidos das articulações ósseas (como joelhos e cotovelos). A realização de exercícios freqüentes e de baixo impacto* fortalece essas articulações, diminuindo o inchaço e a dor nas regiões atingidas.











































REFLEXÕES SOBRE O CORPO NO CENÁRIO DA BIOTECNOLOGIA

DA CULTURA DO CORPO
reflexões sobre o  corpo no cenário da  biotecnologia
As transformações corporais possibilitadas pela biotecnologia, pela realidade virtual, configurando um hipercorpo, um corpo híbrido, desterritorializado, reatualizam as discussões sobre o corpo  que tenho e o corpo que sou, sobre o que nos define como seres humanos,  sobre a nossa forma corporal e sobre os limites da nossa corporeidade.
Stelarc, artista contemporâneo que realiza performances utilizando Robótica, sistemas de realidade virtual, interfaces com próteses e computadores tem sido um dos interlocutores desse debate, ao anunciar que o nosso corpo biológico é obsoleto. Dentre suas performances, destacam-se as interfaces  com sua Terceira Mão, um exoesqueleto e   uma escultura do estômago. As performances são coreografias compostas pela interação do controle fisiológico com a modulação eletrônica e realizam-se  por meio de processos desse corpo amplificado que incluem ondas do cérebro (ECG), músculos (EMG), controle da pulsação e do fluxo  sangüíneo (Doppler) e de outros condutores e sensores que monitoram o movimento dos membros e indicam a postura do corpo.
Stelarc provoca a reflexão filosófica ao afirmar que o corpo é obsoleto e que as capacidades de ser um corpo são restringidas por  ter um corpo: Ë hora de se perguntar se um corpo bípede, que respira, com visão binocular e um cérebro de 1.400cm³ é uma forma biológica adequada. O corpo é uma estrutura nem muito eficiente, nem muito durável. Com freqüência ele funciona mal e se cansa rapidamente; sua performance é determinada por sua idade. É suscetível a doenças e está fadado a uma morte certa e iminente. Seus parâmetros de sobrevivência são muito limitados - o corpo pode sobreviver somente semanas sem comida, dias sem água e minutos sem oxigênio ( Stelarc, 1997, p. 54).
Para Stelarc (1997), nossas ações e idéias estão determinadas pela nossa fisiologia. Estamos no limite da filosofia, por isso precisamos reprojetar o corpo e redefinir o que é o humano. Essas idéias não se restringem ao universo dos happenings, mas estão presentes em outros discursos contemporâneos, por exemplo Marvin Minsky, Donna Haraway, entre outros.
Nossa sociedade inventou e continua a reinventar o corpo como objeto de inúmeras intervenções sociais, técnicas e tecnológicas, o que nos leva a interrogar: que possibilidades hoje nos são abertas  e que experiências nos são possíveis? O corpo que tenho corresponde ao corpo que sou? O que é ser um corpo? O que é ter um corpo? O que é hoje a nossa corporeidade?
Particularmente em relação ao corpo, o processo de virtualização possibilitado pelas biotecnologias concretiza-se na alteração das funções somáticas como: a percepção, os movimentos de deslocamento do corpo, as alterações na visibilidade do corpo,  seja por reconstituições da  pele, dos tecidos, seja pela criação de modelos digitais,  entre  outras possibilidades. O fenômeno de reconstrução da identidade do humano, a partir da virtualização, cria o hipercorpo, propício às mais diversas viagens e trocas entre os indivíduos. Cada corpo individual torna-se parte integrante de um imenso hipercorpo híbrido e mundializado ... Meu corpo pessoal é a atualização temporária de um enorme hipercorpo híbrido, social e biotecnológico ( Lévy, 1998, p.31; 33).
O corpo é visto por alguns entusiastas das novas tecnologias como anacrônico, inadequado, obsoleto. O corpo eletrônico por sua vez atinge a perfeição, pois é imune à doença, à deficiência física e até mesmo à morte. O corpo biônico deve substituir o velho corpo biológico. Para o filósofo Le Breton, essa visão do mundo que isola o corpo em sua materialidade biológica, hipostasia o espírito. O discurso sobre o fim do corpo é um discurso religioso e o dualismo não se inscreve mais na metafísica mas sim no concreto da existência, dada  a possibilidade de alterações na nossa corporeidade. Se o homem só existe por meio de formas corporais que o colocam no mundo, qualquer modificação de sua forma implica uma outra definição de sua humanidade ( Le Breton, 2003, p. 136). Certamente essa definição ou redefinição do que é humano apresenta questionamentos de várias ordens: éticos, epistemológicos, ontológicos, estéticos
Se por um lado,  essa revolução somatoplástica pode contribuir para a readaptação ou reconstrução de corpos mutilados, restaurando aspectos funcionais, por outro lado, o ressurgimento do corpo na atualidade, fundado nas próteses e no modelo cibernético, traz consigo o reaparecimento do dualismo, em novas bases, apontando uma defasagem do corpo em relação às possibilidades da bioengenharia, transformações do corpo e viagens plasmáticas no universo on line, frente ao nosso espaço tridimensional, entre outros aspectos. Um novo mentalismo ressurge com toda força na cultura contemporânea. Desse modo, busca-se substituir a emergência das funções corporais pela virtualidade, tornando o corpo um objeto cibernético.
Na contemporaneidade, alguns afirmam:  eu sou na medida das minhas conexões, como o que define hoje a nossa subjetividade, nosso corpo. Mas, desde sempre o corpo do homem foi investido das inovações tecnológicas, pois história humana e técnica pertencem a um mesmo movimento. Certamente, fizemos um longo percurso desde a Grécia e seus mitos encantadores até nossos sofisticados laboratórios de genética, informática e biomêcanica. Somos resistentes a incorporá-las a nossa imagem, recorrendo por vezes a naturalismos ingênuos. Ingênuos por não reconhecerem que o humano não emerge de uma evolução linear, mas de um mundo complexo: biológico, técnico, político, semiótico e incarna-o, corporifica-o. Do mesmo modo que criticamos os dualismos mais tradicionais, a saber: sujeito e objeto, natureza e cultura, interior e exterior, corpo e alma;  precisamos repensar a oposição entre homem e máquina,  humano e o não humano  (Tucherman, 1999).
Pelo menos desde a Renascença, o corpo do homem vem sendo progressivamente desvelado.  As modificações trazidas pela visibilidade pública do conhecimento do interior do corpo, permitidas pela Anatomia,  articula relações com a representação mecânica do corpo, sobretudo pelo olhar objetivo do funcionamento do corpo humano e de suas partes. O discurso do corpo-máquina, formulado por Descartes no século XVII, instituiu padrões de movimento marcados pela distinção dos processos corporais e mentais, eficiência e utilidade, que ainda hoje influenciam as práticas corporais. Ao duvidar sobre a existência da materialidade corpórea, Descartes instaura um campo de investigação sobre o corpo em diversas áreas, por exemplo  na medicina.
Em 1748, La Mettrie, radicalizava Descartes, afirmando que os homens eram meras máquinas, conjunto de engrenagens puramente materiais, sem nenhuma substância espiritual como pretendia Descartes ( Rouanet, 2003, p. 38).  Referindo-se à obra de La Mettrie, Rouanet diz que contra a ditadura do gene, podemos agir politicamente para que não haja nenhum homem-máquina, ou que ele seja tão amável quanto o homem de lata do Mágico de Oz, que acaba ganhando um coração ao fim de sua jornada. O homem como autor de seu destino, suficientemente corajoso para rejeitar qualquer apelo a um pai transcendental, suficientemente humano para não transformar a pedagogia em arte de amestrar e suficientemente democrático para não substituir a política pela biologia. Em parte, La Mettrie concordaria com isso, apesar de sua ênfase biológica; detestava a idéia de uma reposição genética que mudasse as condições sob as quais se processam à alimentação  e à sexualidade humanas; ele [ dada a sua condição de bon vivant e consumado  epicurista] preferiria  continuar tomando seu vinho e acariciando o seio de Philis (idem, p. 63).
O determinismo biológico do DNA encontra resistências advindas do próprio campo científico. Para cientistas como François Jacob, Henri Atlan, Maturana e Varela,  a existência humana não se reduz aos fundamentos químicos. Nessa perspectiva, a visão da Biologia Molecular torna-se insuficiente, pois, ao considerar que os genes constituem a informação que especifica o ser vivo, reduz o todo à propriedade dos componentes. É certo que modificações nos genes trazem conseqüências dramáticas para a estrutura de uma célula. O erro está em confundir participação essencial com responsabilidade única ( Maturana e Varela, 1995, p.107).   
No campo da Genética,  seres híbridos e clonagem são possibilidades de reprogramação da vida.  O filme Meninos do Brasil mostra experiências de clonagem que teriam sido feitas por Yusef Menguelli, criando 94 clones de Hitler.  O que dá um caráter apavorante a um filme como Meninos do Brasil não é somente o fato de que os clones foram produzidos a partir das células de Adolf Hitler, e sim o fato em si da clonagem. Continuaremos angustiados mesmo que o protótipo do qual foram gerados fosse a madre Teresa ( Rouanet, 2003, p. 59).
O olhar da Ciência sobre o corpo não se desenvolveu sem resistências, seja no campo filosófico ou científico. Para Merleau-Ponty ( 1992) a ciência manipula as coisas e renuncia a habitá-las. Esse pensamento objetivo ignora o corpo sujeito e trata-o como objeto de manipulações. O projeto de dar conta da existência a partir de um modelo mecânico justifica-se pelo fato de que temos um corpo submetido às leis da mecânica como qualquer outro: se for empurrado, vai para frente, se for puxado, recua,  se for levantado e largado cai no chão. Mas não é só isso. Ë o nosso corpo, o corpo-próprio, cuja espacialidade e temporalidade possuem sentido e significado nos diz Merleau-Ponty.
A respeito do desenvolvimento da ciência nos diz François Jacob, médico, biólogo, prêmio Nobel em 1956, na área de pesquisa genética em bactérias: somos uma temível mistura de ácidos nucléicos e lembranças,  de desejos e de proteínas. O século que termina ocupou-se muito de ácidos nucléicos e de proteínas. O seguinte vai concentrar-se sobre suas lembranças e os desejos. Saberá ele resolver essas questões? ( Jacob, 1998,  p. 156).
REFERÊNCIAS
JACOB, François. O rato, o homem e a mosca. São Paulo: Companhia das Letras, 1998. 
LE BRETON, André. Adeus ao corpo. IN NOVAES, A . ( Org.). O homem-máquina: a ciência manipula o corpo. São Paulo: Companhia das Letras, 2003.
LÉVY, Pierre. O que é o virtual? Rio de Janeiro: Editora 34, 1998.
MATURANA, H. & VARELA, F. A árvore do conhecimento. Campinas: Psy, 1995.
MERLEAU-PONTY, M. O visível e o invisível. São Paulo: Perspectiva, 1992.
ROUANET, Sérgio Paulo. O homem-máquina hoje. IN NOVAES, A . ( Org.). O homem-máquina: a ciência manipula o corpo. São Paulo: Companhia das Letras, 2003.
STELARC. Das estratégias psicológicas às ciberestratégias: a protética, a robótica e a existência remota. IN DOMINGUES, D. ( Org. ). A arte no século XXI: a humanização das tecnologias. São Paulo: Unesp, 1997.
TUCHERMAN, Ieda. Breve história do corpo e de seus monstros. Lisboa: Veja, 1999.



























Adeus ao corpo

Adeus ao corpo clip_image001
David Le Breton, antropólogo francês, é um especialista do corpo: corpo singular, múltiplo, ferido. Corpo como obra de arte em perigo! Autor, entre outros, de Antropologia da Dor, Antropologia do Corpo e Modernidade, A Sociologia do Corpo, Antropologia das Emoções e Adeus ao Corpo, Le Breton é referência para aqueles que trabalham com o corpo.
Segundo Le Breton, o corpo tornou-se um acessório, uma prótese marcado por uma subjetividade lixo, uma bula, um kit: ''É a formidável convergência de práticas relativamente recentes, ou de sucesso recente, que faz com que o corpo seja hoje muitas vezes vivido como um acessório da presença (...) O corpo é um objeto imperfeito, um rascunho a ser corrigido. Vejam o sucesso da cirurgia estética: trata-se de fato de mudar seu corpo para mudar sua vida''.
Nunca o corpo-descartável foi tão exaltado como na contemporaneidade. Órgãos sem corpos são fixações parciais que massacram o próprio corpo. Boca, seios, olhos, pernas, genitália esfacelada, moldada: não se trata mais de um corpo, mas de um acumulado de órgãos colados em algo que se denomina corpo. Corpo-peneira, corpo trespassado pelas flechas (bisturi), corpo-penetrado pelas seringas, o sujeito-corpo-descartável paga o preço de sua beleza.
Para além da análise do discurso científico, biológico ou informático sobre o corpo, o autor aponta o perigo de um discurso de aperfeiçoamento transformando-o em um cibercorpo - ligação na carne do homem de procedimentos informativos sob forma de chip. Trata-se de um saber científico que se apresenta sob o signo de uma promessa messiânica - os velhos ficarão novos, os feios belos, todos alcançarão a eterna juventude -, em que alguns cientistas são os ''novos padres'', criadores de uma ''cibersexualidade''. Essa poderia engendrar na relação com o outro a abolição da própria alteridade: o outro é afastado em proveito dos signos de sua presença.
O corpo à distância pode ser um disquete, um programa, um site, um Eros eletrônico. O sexo virtual, sexo sem corpo, sexo fantasmático, torna-se o ''bom'' sexo, o sem-sexo, o sexo rei! ''Para alguns expoentes da cibercultura americana, a sexualidade é algo superado. Eles a consideram como sujeira'', miasma, putrefação. À estética do belo a qualquer preço, junta-se o fundamentalismo da era virtual.
No momento em que a biologia, a informática, a tecnociência impõem a cibersexualidade como modelo - um sexo sem corpo, um sexo contra o corpo -, faz-se necessário retornar à filosofia. Revisitar alguns filósofos do corpo, do desejo e do prazer, trilogia que anuncia um outro-epidérmico, para além da consciência e do biopoder domadores de produções inconscientes de um saber sobre o corpo que supera a tirania de uma estética do corpo contra o próprio corpo.
O que é arrebatador, diz Nietzsche, é o corpo: ''(...) não nos fatigamos de nos maravilhar com a idéia de que o corpo humano tornou-se possível''. Deleuze: ''Espinosa propõe aos filósofos um novo modelo: o corpo (...): não sabemos o que pode o corpo''.
Eis a questão: reencontrar o ''sentido da carne'', ''o texto primitivo'' do homem ''natural'', mediante uma solicitação sempre mais exigente do inconsciente em detrimento da Razão, a louca da casa: ''A Razão não pode ensinar nada que seja contra a Natureza'', escreve Espinosa.
Adeus ao Corpo, publicado pela editora Papirus, aponta o paradoxo de uma modernidade cujo discurso aparente faz a apologia do corpo para melhor esvaziá-lo, transformando-o em mercadoria e impondo um simulacro do corpo.
Daniel Lins é professor na Universidade Federal do Ceará (UFC)
O Povo (09/08/2003)
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A Tirania do Corpo

A Tirania do Corpo

Incluído em 01/06/2005
A psiquiatria sempre se preocupou com as influências culturais sobre a saúde mental. Até que ponto os hábitos, costumes e valores sociais influem no desenvolvimento das doenças mentais? Em épocas passadas, as grandes comoções histéricas dominavam os sintomas psíquicos e as emoções decorrentes do conflito humano, predominantemente no sexo feminino. Eram produzidas crises onde se misturavam teatralidade humana, bruxaria e influências demoníacas.
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Em épocas mais recentes a angústia era traduzida em grandes conversões pseudoneurológicas, como as paralisias, cegueiras e afonias histéricas. Quantas paralisias e afonias desse tipo (pré Ressonância Magnética) alimentaram os cultos milagreiros. A fé era o santo remédio e misturar manga com leite matava de congestão, assim como, olhar no espelho ou tomar banho depois de comer podia entortar bocas.
Sem dúvida, alguma coisa boa aconteceu recentemente com a maior popularização dos conhecimentos psiquiátricos. Um dos exemplos é o que se sabe, leigamente, em relação à Síndrome do Pânico, depressão, Transtorno Obsessivo-Compulsivo e outros. Houve uma espécie de desestigmatização da Ansiedade Aguda ou da Angústia Patológica. Sim, porque as manifestações da angústia de antes costumavam ser consideradas exemplos de “franqueza mental”, falta de pensamentos positivos, falta de ter o que fazer e coisas do gênero.
Mas hoje, com a universalização dos conceitos psiquiátricos, sabe-se que o estresse e a ansiedade podem acometer qualquer pessoa “de bem”, sem que seja considerada doida ou mentalmente fraca. A Síndrome do Pânico, os Transtornos Fóbicos e outros, de fato, representam aspectos do psiquismo humano que acabam sempre encontrando uma via de manifestação culturalmente complacente e aceitável. E atualmente, apesar desses quadros fóbico-ansiosos continuarem sendo os principais responsáveis pela movimentação dos consultórios de psiquiatria, começa a aparecer em crescente velocidade os problemas decorrentes da obsessão pelo corpo perfeito.
Algumas mocinhas já consideram impossível ser felizes e, ao mesmo tempo, mostrar uma dobrinha na barriga quando sentam. Alguns mocinhos sacrificam boa parte da capacidade de aculturação que a natureza nos deu, em intermináveis e obsessivas horas “puxando ferro” nas academias de musculação. Isso sem contar com a comodidade que algumas pessoas gozam por poderem atribuir a um pequeno excesso de gordura na cintura, a um nariz ligeiramente mais profuso ou a um seio menos farto, toda a responsabilidade pelos fracassos em conquistar o sexo oposto. Parece estar havendo uma locação anatômica da felicidade, ora no seio, ora no nariz, ora na balança.
O problema não seria grave se a preocupação com o corpo não fosse uma obsessão capaz de escravizar, capaz de entorpecer pessoas em busca de defeitos e dobrinhas aqui e ali, imaginando que se tirasse um pouquinho daqui, colocasse um tantinho a mais ali tudo ficaria melhor, mais perfeito, mais sarado. Pessoas têm como sonho de consumo a cirurgia plástica, a lipoaspiração ou, como se diz, a lipo-escultura (palavrinha mágica que mistura a perda da gordura com uma coisa artística). Algumas pessoas não se envergonham em dizer (não se envergonham por causa do apoio cultural) que se “pudessem fariam uma plástica geral, trocariam tudo, modificariam tudo”. Quer dizer, são pessoas infelizes com o próprio corpo.
Alguns podem contra argumentar que a pessoa não tem toda culpa por se submeter a esse escravagismo estético. A censura e a vigilância culturais seriam os grandes carrascos da prisão em estreitas calças jeans a que todos somos submetidos. Mas aí poderíamos parodiar Sartre: “– Se não podemos ser responsáveis por tudo aquilo que a cultura e a sociedade nos fez, seremos sim muito responsáveis pelo que faremos com tudo aquilo que a cultura e a sociedade nos fez”.
Alguns dos reflexos psiquiátricos da submissão da felicidade humana ao corpo perfeito, malhado, esculpido, e com músculos bem definidos tem sido a anorexia e a bulimia, mais comum do lado feminino, e a vigorexia, mais comum em homens. Mas outros reflexos psíquicos não tão patológicos também fazem parte da obsessão pelo corpo, como a privação de contatos sociais, complexos de inferioridade, submissão aos “tratamentos milagrosos” (e caros), retraimento no contacto com o sexo oposto, consumo de medicamentos com severos efeitos colaterais, etc.
Ser jovem, aliás, ser eternamente jovem, é a principal aspiração existencial de algumas pessoas, atualmente acrescida do ideal de beleza de ser magro(a), malhado(a) e esbelto(a). No Brasil, o conceito de beleza está associado a ser jovem, como se fosse impossível encontrar o belo fora da juventude. Talvez por isso nosso país esteja entre os primeiros no ranking da Cirurgia Plástica Rejuvenescedora, além de ser também um voraz consumidor de medicamentos para emagrecer. É triste, mas às vezes as pessoas acham que o mais importante é o que aparentam, e não o que são de fato. E é comum dizer-se “– Nossa, você já tem 60 anos? Mas não parece...”. Não parece como? Baseado em que? Ora essa atitude invalida todas as experiências vividas para se chegar aos sessenta, que não se consegue aos trinta ou quarenta.
Bela, jovem e magra, custe o que custar”. Ser bonita, fazer um book e tentar ser famosa através dos atributos físicos... Este é o conceito ideal que algumas meninas, adolescentes, jovens e mulheres perseguem incessantemente. Modelos, artistas de cinema e de televisão são os protótipos copiados por elas, colocando em segundo plano outros atributos que não os do corpo perfeito.
De fato, romper esses estereótipos culturais tem sido muito difícil. As pessoas são catalogadas culturalmente e classificadas em categorias sociais; jovens e belas, modernas, avançadas, de atitude, arrojadas, descoladas, enfim, nesse mundo pretensamente liberal e democrático, nessa sociedade que se diz respeitar a individualidade e autenticidade, quem não se enquadrar obrigatoriamente no modelinho da modernidade desejada estará, automaticamente, excluído do mundo das pessoas “de bem”. E um desses modelinhos implica na observância obsessiva dos limites do peso, tiranamente estabelecido por sabe-se-la-quem.
Mas há uma luz (tênue) no fim do túnel e aqueles que conseguem seguir o próprio caminho, emancipados dos estereótipos ou modelinhos culturais, parecem viver muito melhor. Foi o que mostrou uma pesquisa feita em 1995 na Universidade de Edinburgh, na Inglaterra, transformada no livro e comentada na revista Época. O autor, o psicólogo David Weeks, pesquisou, por uma década, pessoas que viviam fora dos padrões - tanto de comportamento quanto estéticos. Foram 789 americanos, 130 britânicos, 25 alemães e 25 neozelandeses. Ao fim, concluiu que os excêntricos eram mais seguros, menos estressados, mais felizes e, por isso, tendiam a viver mais.
Em nossa cultura o conceito de beleza está associado à juventude, como se não existisse o belo fora da juventude. A conseqüência dessa cultura na saúde emocional se vê na ocorrência de alguns transtornos emocionais como, por exemplo, os Transtornos Alimentares (anorexia e a bulimia), Transtorno Dismórfico Corporal, Vigorexia. Isso sem contar a propensão que as pessoas vitimadas pelas restrições sociais impostas pela tirania do corpo têm para desenvolver depressão, algumas vezes levando ao suicídio. Além de tudo isso, a cultura do corpo perfeito acaba promovendo acidentes médicos graves decorrentes do uso abusivo de cirurgias e intervenções estéticas.
A obsessão e/ou dependência ao exercício, chamada de Vigorexia ou Overtraining, em inglês, é um transtorno no qual as pessoas realizam práticas esportivas de forma continua, com uma valorização praticamente religiosa (fanatismo) ou a tal ponto de exigir constantemente seu corpo sem importar com eventuais conseqüências ou contra-indicações, mesmo medicamente orientadas. Outro nome para esse quadro e, mais presente nas classificações internacionais é o Transtorno Dismórfico Corporal
É bastante curioso observar como as patologias mentais ou, no mínimo, os sintomas mentais evoluem e se transformam ao longo do tempo e entre as diversas culturas, mostrando-se sensíveis às mudanças sócio-culturais. A Vigorexia, por exemplo, está nascendo no seio de uma sociedade consumista, competitiva, frívola até certo ponto e onde o culto à imagem acaba adquirindo, praticamente, a categoria de religião.
A Anorexia Nervosa, por sua vez, é um transtorno emocional que consiste em uma perda de peso derivada e um intenso temor da obesidade. Esses sentimentos têm como conseqüência uma serie de condutas anômalas. A Anorexia Nervosa acomete preferentemente a mulheres jovens entre 14 e 18 anos. A Bulimia Nervosa é um transtorno mental que se caracteriza por episódios repetidos de ingestão excessiva de alimentos num curto espaço de tempo (as crises bulímicas), seguido por uma preocupação exagerada sobre o controle do peso corporal, preocupação esta que leva a pessoa a adotar condutas inadequadas e perigosas para sua saúde, como por exemplo o vômito freqüente, uso abusivo de laxantes e diuréticos. A Bulimia Nervosa também acomete preferentemente a mulheres jovens ainda que algo maiores que em Anorexia.
Alem dos transtornos estimulados pela conjuntura cultural, há ainda o problema imposto às pessoas com sobrepeso (veja Obesidade). Existem dois agravantes sociais cruciais influindo na vida das pessoas acima do peso ideal; uma influência francamente recriminadora e de exclusão social dos obesos e outra, absolutamente estimulante para a manutenção e desenvolvimento da própria obesidade.
É grosseira e desumana discriminação estética imposta pelos parâmetros ditatoriais das medidas, juntamente com o julgamento do obeso como uma pessoa que não tem força de vontade e que ele é assim por ser preguiçoso. Cogitar deixa-lo do jeito que estiver, principalmente se estiver se sentindo bem com isso, nem pensar. O policiamento cultural é intenso. O enfoque discriminatório pode gerar preconceito em relação à pessoa obesa, acaba proporcionando dificuldades para relacionamentos sociais e afetivos, problemas para encontrar emprego e até quadros psiquiátricos gravemente depressivos e conseqüentes a essa marginalização.
Clinicamente a obesidade pode ser considerada hoje uma doença crônica, capaz de provocar ou acelerar o desenvolvimento de outras doenças e que concorre para uma morte mais precocemente. Porém, existem inúmeros estados ou situações entre a obesidade e o simples sobrepeso e as regras de um estado não deveriam ser as mesmas do outro, em termos de felicidade. A obesidade, de fato, deve ser prevenida e corrigida, tendo em vista os sabidos efeitos deletérios sobre a saúde e a qualidade de vida. O sobrepeso, entretanto, deve ser melhor avaliado à luz das repercussões culturais, das restrições sociais e da baixa autoestima que esses fatores estimulam.
Paradoxalmente, em franca contra-posição à tendência repulsiva da sociedade contra a obesidade, a ingestão excessiva de alimentos, desde criança, é bastante estimulada por nossa cultura altamente consumista. A armadilha está no forte apelo cultural através da propaganda, do marketing e da mídia publicitária para a ingestão excessiva de alimentos supérfluos, como balas, bolachas, salgadinhos, cerveja, sorvetes, etc. O próprio relacionamento social concorre para a ingestão de alimentos, como por exemplo, o costume de agraciarmos nossas visitas, amigos, clientes ou grupos culturais com jantares, lanches, happy hour, cafezinho, bolo, etc.