sábado, 28 de abril de 2012

Corpo: objeto de estudo

Corpo: objeto de estudo


Ana Maria Marques
Universidade do Vale do Itajaí


Corpos de passagem: ensaios sobre a subjetividade contemporânea. 
SANT'ANNA, Denise Bernuzzi de. 
São Paulo: Estação Liberdade, 2001. 
127 p.
Na década de 1990, Denise B. de Sant'Anna publicou dois livros problematizando o corpo, além de diversos artigos. A obra Corpos de passagem, ainda um desdobramento dessa reflexão, reúne dez ensaios que foram escritos na mesma década e publicados ou apresentados, integralmente ou parcialmente, em diferentes meios (jornal, revista, mesa-redonda e, certamente, rascunhos do debate acadêmico). Historiadora da PUC-SP, doutorada pela Universidade de Paris VII, Denise B. de Sant'Anna vem ampliar os questionamentos que a sociedade e, em especial, a academia têm feito sobre o corpo, que passa a ser objeto de estudo a partir da década de 1970.
A exploração comercial do corpo, questão levantada por Denise Sant'Anna, trouxe, paradoxalmente, a 'desertificação da vida'. Quanto mais se explora o corpo, mais ele se torna infinito, rompem-se as fronteiras territorias. O corpo não é mais uma unidade, mas um elo entre os corpos. As pesquisas genéticas estão criando transgênicos e seres pós-gênero, no entanto as desigualdades sociais permanecem. Essas são discussões especialmente presentes no sétimo e no oitavo ensaio.
O corpo como equivalente de riqueza e explorado pelo mercado é a tônica das reflexões da autora. A estética aerodinâmica suavizando as linhas, a tecnologia virtualizando a pessoa viva, cria um abismo "entre os nossos", diz ela. O deslocamento é valorizado: viagens de férias, spas ou resorts, esportes radicais... Prometeu reaparece como aquele que vence suas próprias limitações ou conquista seu próprio empreendimento. Ou seja, o indivíduo domina a si mesmo ou os espaços, transformando a natureza, recriando cidades onde passeia sem medo - é a 'indústria da alegria' , - temas tratados no terceiro e no quarto ensaio.
A velocidade também passa a ser condição de sucesso, poder e riqueza, mostra a autora no primeiro ensaio. Aquele que se quer desvencilhar do peso de tudo "teme carregar muito corpo, muita memória, muita identidade. E se vê ameaçado constantemente pela vertigem da compulsão e pela depressão aniquiladora" (p.25), conclui Denise. E faz pensar que os apelos do mercado colocam a vida na moda. Então, envelhecer ou morrer também se comercializa, pois a imortalidade é aqui, nesta vida.
Enquanto a exposição do corpo ganha publicidade, o interior do corpo provoca náuseas. Até bem pouco tempo, doentes eram tratados em casa, bem como galinhas e porcos que além de serem tratados eram mortos em casa. Os penicos ficavam em baixo da cama. A menstruação passava pelas mãos que lavavam as toalhinhas. Sangue, fezes e urina faziam parte da rotina. "Na medida em que o corpo ganha direito de exposição, ele conquista o dever de ser civilizado e fotogênico" (p. 69), coloca a autora, no quinto ensaio. No segundo, mostra como o hospital deixa o corpo 'paciente' aos cuidados e especialidades de estranhos. Estar doente não é mais 'natural'. A dor, que no século XIX era sinônimo de coragem e persistência, deve ser banida. A vida do doente é como se não fosse vida, passa a ser um momento intervalar.
O nono ensaio polemiza a idéia que deu origem ao título do livro: o corpo-passagem. A idéia de possessão como um lugar de passagem. Aquela máxima feminista, da década de 1960, "nosso corpo nos pertence",1 que pretendia ser um contraponto da dominação do homem sobre a mulher, não só se esvazia como nos remete a pensarmos que nossos corpos não pertencem a ninguém, nem a nós mesmos. Na metáfora utilizada pela própria autora, o corpo é parodoxal à medida que não é algo pronto mas também não é um rascunho. Somos e temos um corpo sempre de passagem. Não no sentido cristão de passagem para o céu, embora para alguns também possa ser, mas no sentido de que um mesmo corpo possa assumir formas (plasticidades e comportamentos) em diferentes momentos ou em um mesmo momento. O corpo pode estar em um determinado local e em outro ao mesmo tempo, pode estar parado e em movimento... As polaridades já foram superadas pelas reflexões contemporâneas da subjetividade. E Denise Sant'Anna coloca essas questões nesse livro, embora avise dos riscos de cair na areia movediça da valorização do corpo que carrega a 'universalidade' do indivíduo, onde habita sua pátria, seus sucessos e fracassos. Os conceitos universais de Deus, Nação podem, e têm sido transferidos para a noção de indivíduo. O mercado e a publicidade mostram que a felicidade pode ser comprada, que as coisas e os bichos podem ser humanizados (nos falam, nos incitam, os animais conversam, fazem companhia...). Valores como liberdade, democracia e cidadania são definidos como conseqüências do consumo. As sutilezas provocam outras palavras, histórias, personagens e corpos, conclui a autora.
Denise não quer ser definida como uma historiadora do corpo, embora os corpos e suas relações tenham historicidade. Ela não se preocupou com as relações de gênero, talvez porque não quisesse problematizar a sexualidade, que vem sendo objeto de amplos debates acadêmicos e, seguramente, já extrapolam as questões do sexo. Afinal, se a sexualidade passou a ser objeto de estudo é porque a sociedade contemporânea está preocupada com as relações de gênero e está desconstruindo os conceitos universais de ser homem e de ser mulher. Então, podemos ler nas entrelinhas a questão do gênero que está diretamente relacionada ao corpo.
Corpos de passagem, um conjunto de ensaios, não tem um caráter propriamente acadêmico. Os textos que compõem a obra não aprofundam as discussões teóricas das categorias envolvidas: corpo, subjetividade, indivíduo, por exemplo. Muitas áreas do conhecimento foram exploradas, e o elenco de autores/as franceses apresentados é significativo se comparado a poucos autores/as americanos (James Clifford, citado pelo seu trabalho etnográfico sobre comunidades sedentárias, e Donna Haraway, citada na sua abordagem sobre tecnociência e seres pós-gênero) e outros poucos/as pesquisadores/as brasileiros/as, como Heloisa de Farias Cruz, que aparece quando o assunto é a convivência entre pessoas e animais nas cidades (mostrando a utilização dos animais de carga na São Paulo das primeiras décadas do século passado); Beatriz Sarlo, quando se fala do modo de vida - zapping - dos dias atuais; e Celia M. T. Serrano e Heloisa T. Bruhns quando o assunto é turismo, cultura e ambiente. Entre os/as autores/as em lígua francesa, aparecem: Monique Sicard, sendo referenciada quando o assunto é imagens; Peter Handke, Alain Ehrenberg e Jean-Luis Chrétier, na discussão sobre o charme da lentidão quando a contrapartida é a fatiga; Henri Béraud e Claude Fiscler, inspirando as fala sobre obesidade; Vladimir Jankélevitch, Jean-Pierre Peter, Marie-Christine Pouchelle e Timothy Lenoir discutindo sobre morte, dor, hospitais e cirurgias; Bernand Edelman, sobre a publicidade da privacidade; Marc Guillaume e Pascal Bruckner, com seus respectivos trabalhos sobre a fábrica do riso e a euforia da felicidade; Dora Valayer, com o tema turismo; Michel Serres, com a idéia de pantopia; Andre Pichot e Vandana Shiva, quando a discussão gira em torno de ciência, genética e ética; Claude Olievenstein, que aborda o envelhecimento; e Francis Ponge, que apóia a autora quando trata da visão do homem no animal.
No campo da História, o tema do corpo, envolto pela subjetividade, é preocupação recente. As evidências com o corpo, bem como a sexualidade, tornaram-se debate freqüente na sociedade e fizeram emergir as problemáticas sobre o mesmo. Os historiadores estão se perguntando sobre o corpo porque a sociedade está colocando esse tema em evidência. Não se têm muitas respostas, ou talvez não tenhamos que tê-las. Todavia, a contribuição de Denise Sant'Anna, especialmente no campo da História, é muito importante. Até mesmo para percebermos o quanto os historiadores precisam discutir tanto com a Antropologia, a Psicologia e a Filosofia quanto com a Medicina, o Direito e outras áreas que cientificizaram o corpo e as relações humanas. Nesse momento, o trabalho de arqueólogo sugerido por Foucault2 é pertinente, não para trazer os 'monumentos' mudos, mas transformá-los em documentos tomados de sentidos pelo historiador.
O corpo foi dado a ler 'naturalizado' nas manifestações sobre doença, morte e velhice no século XIX e início do século passado, ou na busca de saúde e prazer infinitos contemporâneos. Esses contrapontos da 'natureza' dos corpos, como mostra a autora, são historicizados, mesmo que as temporalidades sejam efêmeras por não ter uma datação precisa ou presa no calendário de determinada cultura. Desconstruir as formas discursivas, como faz Denise Sant'Anna, é evitar o perigo de transformar o corpo em lugar dos universais.


1 Lucila Scavone traz essa discussão do primeiro momento do movimento feminista, baseado na noção de diferença e criando uma idéia de liberdade e autonomia das mulheres, associada a uma concepçao de conhecimento e reapropriação do próprio corpo. SCAVONE, Lucila. "Anticonceptión, aborto y tecnologías conceptivas: entre la salud, la ética y los derechos". In: SCAVONE, Lucila (Org.). Género y salud reproductiva en América Larina. Cartago: Libro Universitario Regional, 1999. p. 25-31. 
2 FOUCAULT, Michel. A arquelogia do saber. 3. ed. Rio de Janeiro: Forense-Universitária, 1987.

Competir ou cooperar



Revista virtual EFArtigos - Natal/RN - volume 03 - número 02 - maio - 2005




Caroline Matos dos Santos *
Helio Santos Bóga Filho *
Maria Josiane de Azevedo Correia *

Introdução

Desde os mais remotos tempos a competição e a cooperação vem dividindo espaço na natureza. Nós, seres humanos, muitas vezes temos que cooperar uns com os outros ou com determinada situação, mas muitas vezes a vida nos coloca a competir.
A escola torna-se algo muito importante neste aspecto, quando colocamos a educação voltada para a convivência como condição importante para da vida cotidiana, assim, a escola passa a conviver com uma realidade que nem sempre é atribuída ao seu contexto.
É necessário que haja um resgate da valorização de comportamentos e atitudes mais humanas, para que possamos ter outros caminhos, ao qual possamos escolher o melhor com fim de valorizar mais o que somos e o que fazemos.

Competir ou cooperar

A todo o momento estamos utilizando a cooperação e a competição, de acordo com as necessidades encontradas.
Vejamos a seguir algumas definições:
Segundo Brotto (1999), a cooperação é um processo de interação social, em que os objetivos são comuns, as ações são compartilhadas e os benefícios são distribuídos para todos.
A competição é um processo de interação social, em que os objetivos são mutuamente exclusivos, as ações são isoladas ou em oposição uma às outras. E os benefícios são concentrados somente para alguns.
De acordo com o Dicionário Aurélio cooperar é operar ou obrar simultaneamente; trabalhar em comum; colaborar; cooperar para o bem público; cooperar para o trabalho em equipe.
Competição é o ato ou efeito de competir; busca simultânea por dois ou mais indivíduos, de uma vantagem, uma vitória, um prêmio, etc.

Competir sim, rivalizar não!

Quando falamos de competição e cooperação não estamos nos referindo a antônimos.
Como afirma Brotto (1999), “Cooperação e competição são aspectos de um mesmo espectro, que não se opõe, mas, se compõe”.
Em nossa sociedade fica evidente uma competição completamente negativista, onde somente os vencedores merecem atenção e destaque, gerando aos “perdedores” o medo, o fracasso e a derrota.
Brotto (1995), baseado nos estudos de Margareth Mead, afirma que é a estrutura social que determina se sociedades irão competir ou cooperar entre si.
Adotar a competição como forma de exclusão é retroceder não só em termos da educação escolar, mas da sociedade como um todo.
“Num passado recente já se tentou formar atletas nas escolas, com incentivo do governo, propagando a falácia de que o Brasil se tornaria uma Nação Olímpica. E isso não aconteceu, pois escola não é lugar para selecionar os melhores e excluir os menos hábeis e, sim habilitar a todos (Soller 2002)”.
A competição não precisa assumir a “capa de vilão”, é preciso trabalhar a competição de forma humanizada, onde aspectos positivos prevaleçam.
Segundo Schut (1989), a competição é prejudicial quando há a tentativa de trapacear, quando há um gasto excessivo de energia para ganhar ou, ainda, quando representa diminuição do adversário.
Para muitos a competição acirrada encontra respaldo na teoria da seleção natural de Darwin.
De acordo com Soller (2003), “o mais apto” não significa ser o mais forte ou o mais bruto. Darwin ficou amargurado por suas teorias terem sido distorcidas para justificar negociatas, crueldades e guerras contra os mais fracos. Charles Darwin afirmou claramente que, para a raça humana o valor mais alto de sobrevivência está na inteligência, no senso moral e na cooperação social. Os jogos competitivos podem e devem ter seu papel educacional. Esses podem contribuir para desenvolver no grupo o respeito, a solidariedade, amizade entre outros, contudo que seja trabalhado em um ambiente bem administrado.

A importância dos jogos cooperativos

Segundo Lopes (s.d.) o jogo por si só é uma atividade que contém em si mesmo o objetivo de decifrar os enigmas da vida e de construir momentos de prazer. Sendo e utilizado como uma atividade de desenvolvimento humano, permitindo então, uma participação de aprendizagem, com o compromisso do buscar pedagógico, transformando e contextualizando-o num exercício crítico e consciente do aprender.
Os jogos cooperativos têm como objetivo buscar a participação de todos sem que haja qualquer tipo de exclusão, pois, são os jogos em que os participantes jogam uns com os outros e não uns contra os outros, favorecendo assim, a união entre as pessoas, a confiança mútua e a participação autêntica de todo o grupo.
Segundo Brotto (1999), jogando cooperativamente podemos reconhecer que a verdadeira vitória não depende da derrota dos outros.
Podemos compreender que ao participarmos do jogo e vivermos a vida, o principal valor está na oportunidade de conhecer melhor nossas próprias habilidades e potencias e então cooperar para que os outros realizem o mesmo.
Segundo Soller (2003), a aula de Educação Física é o espaço ideal para se trabalharem os jogos cooperativos e claro que não exclusivamente, pois, a idéia é que todo o universo escolar trabalhe aspectos cooperativos.
Atualmente as aulas de Educação Física não utilizam como prioridade esse aspecto cooperativo. Muitas escolas promovem eventos competitivos entre suas próprias turmas, onde até mesmo durante as aulas, não só de Educação Física, utilizam metodologias em que o aluno acaba se colocando superior ao outro, deixando de lado os princípios utilizados pelos jogos cooperativos que podem ser atribuídos de diferentes formas dentro da escola.
Os jogos cooperativos, segundo Barreto (2000), possuem cinco princípios básicos, julgados fundamentais para seu desenvolvimento. São eles: inclusão, coletividade, igualdade de direitos e deveres, desenvolvimento humano e a processualidade.
De acordo com Soller (2003), o professor de Educação Física pode aproveitar o fato do jogo ser algo que seduz e por intermédio dele, passar mensagens positivas.
Sendo assim, fica claro que os jogos cooperativos possuem um papel importante dentro da Educação Física Escolar e se envolve na escola como um todo.
Assim a Educação Física atualmente pode utilizar-se de um novo modelo para a Educação Física Escolar, com uma nova proposta que visa os jogos cooperativos como abordagem pedagógica, que pode ser trabalhada pelos professores de Educação Fica no decorrer de suas aulas.

A exclusão das aulas de Educação Física

Um fato preponderante para a exclusão nas aulas de Educação Física é o desinteresse que pode ser causado por uma série de fatores como a relação aluno x aluno, aluno x professor, aulas monótonas ou até mesmo competições acirradas.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais, documento destinado à Educação Física, nos mostra bem onde nos leva a verdadeira exclusão: “Para boa parte das pessoas, que freqüentaram a escola, a lembrança das aulas de Educação Física é marcante: para alguns, uma experiência prazerosa, de sucesso e de muitas vitórias; já para outros uma memória amarga, de sensações de incompetência, de falta de jeito, de medo de errar”.
Nós, como professores de Educação Física, devemos contornar estes problemas a fim de integrar e incentivar os alunos. Não devemos estar preocupados com os melhores rendimentos esportivos, muitos menos só na aptidão física do aluno. O papel principal é capacitar todos de uma mesma forma
A Educação Física pode ser um meio importante para uma tomada de consciência em todas as demais áreas da sociedade.
Segundo Brotto (1999), ao modificar o comportamento no jogo, estaremos criando possibilidades para transformar atitudes em nossa vida além do jogo.

Conclusão

A competição em nossos dias assume um papel exclusivista, onde somente alguns tem o direito à vitória e as honras.
A cooperação através dos jogos cooperativos vem assumindo um papel importante na mudança da Educação Física Escolar, a fim de contribuir para uma visão não excludente, onde todos possam participar e ganhar. Com isso busca-se uma mudança em relação à sociedade na qual estamos inseri-dos.
Enquanto educadores, podemos nos valer de diversas formas para trabalhar essa conscientização em nossos alunos, basta reconhecer nosso papel fundamental neste processo.

Bibliografia:

1) BARRETO, André Valente de Barros. Jogos Cooperativos: Metodologia do Trabalho Popular: Acesso em 25 fev.2005.
2) BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: educação Física/ Secretaria de Educação Fundamental: Brasília: MEC/ SEF, 1997.
3) BROTTO, F. O. Jogos Cooperativos: se o importante é competir, o fundamental é cooperar. São Paulo: Cepeusp, 1995/Santos: Projeto Cooperação, 1997 (ed. Renovada).
4) BROTTO, F. O., Jogos Cooperativos: O jogo e o esporte como exercício de convivência. Dissertação de Mestrado. UNICAMP. Campinas: 1999.
5) BROTTO, F. O., Jogos Cooperativos: Um exercício de comvivência. São Paulo: SESC, 1999.
6) BUARQUE, A. Novo dicionário Aurélio de língua portuguesa. Rio de janeiro: Editora Nova Fronteira, 1986.
7) DARIDO, S.C Educação Física na Escola: questões e reflexões. São Paulo: Topázio, 1999.
8) LOPES, J. C. Educação para Convivência e a Cooperação. Disponível em: http://efartigos.atspace.org/educacaofisicaescolar.html Acesso em: 25 fev.2005.
9) SCHUT, W. Profunda Simplicidade: Uma nova consciência do eu interior. São Paulo: Editora Ágora, 1989.
10) SOLLER, R. Jogos cooperativos para a Educação Infantil: Rio de Janeiro. Ed. sprint, 2003.
11) SOLLER, R. Jogos cooperativos: Rio de Janeiro: Ed. Sprint, 2001.



PESO IDEAL




ÍNDICE DE MASSA CORPORAL - PESO IDEAL

  ÍNDICE DE MASSA CORPORAL -  PESO IDEAL
VERIFIQUE SE VOCÊ ESTÁ  NO SEU PESO IDEAL !
Métodos de cálculo do peso ideal

        O cálculo do peso ideal deveria ser feito, idealmente, através da medida do percentual de gordura corporal, que pode ser obtida por métodos como a bioimpedância ou pela medida das dobras cutâneas. Como na maioria dos casos estes métodos não estão disponíveis, o índice de massa corporal tem sido largamente utilizado para determinar a faixa ideal de peso. 
        O Índice de Massa Corporal ( I.M.C. ) relaciona o peso e a altura do avaliado afim de verificar se o mesmo excede ao da média da população. Apesar de não discriminar os componentes gordo e magro da massa corporal total, é o método mais prático para avaliar o grau de risco associado à obesidade. Este índice pode ser obtido dividindo-se o peso corporal pelo quadrado da altura em metros. Ele serve como apenas como um parâmetro de comparação !

  ÍNDICE DE MASSA CORPORAL  =  
PESO ( em Kg )



( ALTURA em metros ) 2

CALCULE SEU ÍNDICE DE MASSA CORPORAL
Classificação segundo a  Organização Mundial da Saúde ( O.M.S )
CATEGORIA
I.M.C.
ABAIXO DO PESO
< 20
PESO NORMAL
20 – 25
SOBREPESO
25.1 – 29.9
OBESO
30.0 – 39.9
OBESO MÓRBIDO
40 E >
        Entenda seu Índice de massa corporal :
 IMC menor que 20- ABAIXO DO PESO
 Peso abaixo do normal. Mas se o biotipo da pessoa for longilíneo - alongado - pode ser que o total de gordura esteja correto. Caso contrário, há maior predisposição para males como desnutrição e infecções pulmonares (por falta de nutrientes, o sistema de defesa do corpo fica prejudicado e não combate com eficiência vírus e bactérias)

IMC entre 20 e 25- PESO NORMAL
        Faixa de peso saudável. Um I.M.C.  de 20 - 25 representa um risco mínimo de problemas de saúde associados à obesidade. Peso abaixo do normal. Mas se o biotipo da pessoa for longilíneo - alongado - pode ser que o total de gordura esteja correto. Caso contrário, há maior predisposição para males como desnutrição e infecções pulmonares (por falta de nutrientes, o sistema de defesa do corpo fica prejudicado e não combate com eficiência vírus e bactérias)
IMC entre 25.1 e 29.9


- SOBREPESO
        Classificado como excesso de peso. Começam a aparecer as chances de surgimento de complicações como diabetes, hipertensão arterial e colesterol. Nas mulheres, se a cintura for maior do que 80 centímetros, os riscos aumentam ainda mais. E mesmo se o IMC for menor do que 25, mas a cintura ultrapassar 80 centímetros, é bom entrar em estado de atenção. Essa medida, sozinha, já predispõe ao aparecimento de males.


 IMC entre 30 e 39.9 – OBESIDADE
  Nessa faixa, as chances de ocorrência de hipertensão, colesterol elevado e diabetes aumentam consideravelmente. Também sobem os riscos de surgimento de doenças relacionadas às juntas articulares. Nas mulheres, combinado com cintura maior do que 88 centímetros, esse IMC é sinônimo de perigo ainda maior. E, mesmo se o índice for menor, mas se a cintura for maior do que 88 centímetros, o perigo continua.
 IMC maior do que 40 - OBESIDADE MÓRBIDA

Considerada obesidade mórbida, é quase sempre acompanhada de várias doenças relacionadas ao excesso de peso. Se a paciente não emagrecer com dietas, exercícios e remédios, costuma-se indicar uma cirurgia para diminuir o tamanho do estômago. Se estiver acima de 40, você pode estar correndo o risco de ter problemas de saúde ocasionados pela obesidade, tais como, diabetes, doenças do coração, colesterol alto, hipertensão, e algumas formas de câncer. As exceções para um I.M.C. alto, sem risco de problemas, são os atletas de elite e halterofilistas, devido ao aumento de massa muscular; mulheres grávidas ou lactantes, crianças em fase de crescimento e pessoas idosas sedentárias.

HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO FÍSICA

HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO FÍSICA III Na semana passada falamos na Idade Contemporânea e que quatro grandes escolas se destacaram na Educação Física: a alemã, a nórdica, a francesa e a inglesa. Paramos na alemã e hoje damos prosseguimento. A escola nórdica escreve a sua história através de Nachtegall (1777-1847) que fundou seu próprio instituto de ginástica (1799) e o Instituto Civil de Ginástica para formação de professores de Educação Física (1808). Por mais que um profissional de Educação Física seja desligado da história, pelo menos algum dia já ouviu falar em ginástica sueca, um grande trampolim para o que se conhece hoje. Per Henrik Ling (1766-1839) foi o responsável por isso levando para a Suécia as idéias de Guts Muths após contato com o instituto de Nachtegall. Ling dividiu sua ginástica em quatro partes: a pedagógica - voltada para a saúde evitando vícios posturais e doenças, a militar - incluindo o tiro e a esgrima, a médica - baseada na pedagógica evitando também as doenças e a estética - preocupada com a graça do corpo. Alguns fundamento ideológicos de Ling valem até hoje tais como o desenvolvimento harmônico e racional, a progressão pedagógica da ginástica e o estado de alegria que deve imperar uma aula. Claro, isso depende do austral e o carisma do profissional. Um dos seguidores de Ling, o major Josef G. Thulin introduz novamente o ritmo musical à ginástica e cria os testes individuais e coletivos para verificação da performance. A escola Francesa teve como elemento principal o espanhol naturalizado Francisco Amoros Y Ondeano (1770-1848). Inspirado em Rabelais, Guts, Jahn e pestalozzi, dividiu sua ginástica em: Civil e Industrial, Militar, Médica e Cênica. Outro nome francês importante foi G. Dêmey (1850-1917). Organizou congresso, cursos (inclusive o Superior de Educação Física), regiu o Manual do Exército e também era adepto à ginástica lenta, gradual, progressiva, pedagógica, interessante e motivadora. O método natural foi defendido por Georges Herbert (1875-1957): correr, nadar, trepar, saltar, empurrar, puxar e etc. A nossa Educação Física, a brasileira teve grande influência na Ginástica Calistenia criada em 1829 na França por Phoktion Heinrich Clias (1782-1854). A escola inglesa baseava-se nos jogos e nos esportes, tendo como principal defensor Thomas Arnold (1795-1842) embora não fosse o criador. Essa escola também ainda teve a influência de Clias no treinamento militar. A CALISTENIA – É por assim dizer, o verdadeiro marco do desenvolvimento da ginástica moderna com fundamentos específicos e abrangentes destinada aos obesos, as crianças, os sedentários, os idosos e também às mulheres. Calistenia, segundo Marinho (1980) citado por Marcelo Costa, vem do grego Kallos (belo), Sthenos (força) e mais o sufixo "ia". Com origem na ginástica sueca apresenta um divisão de oito grupos de exercícios localizados associando música ao ritmo dos exercícios que são feitos à mão livre usando pequenos acessórios. Os responsáveis pela fixação da Calistenia foram o Dr. Dio Lewis e a (A. C. M.) Associação Cristã de Moços com proposta inicial de melhorar a forma física dos americanos comuns. Por isso, deveria ser simples, fundamentada na ciência e cativante. O Dr. Lewis era contra os métodos militares sob alegação que as mesmas desenvolviam somente a parte superior do corpo e os esportes atléticos não proporcionavam harmonia muscular. Em 1860 a Calistenia foi introduzida nas escolas americanas. No Brasil dos anos 60 começou a ser implantada nas poucas academias pelos professores da A. C. M. ganhando cada vez mais adeptos nos anos 70 sempre com inovações calcadas na ciência. O Dr. Willian Skarstrotron, americano de origem sueca, dividiu a Calistenia em 8 grupos diferentes do original: braços e pernas, região póstero superior do tronco, póstero inferior do tronco, laterais do tronco, equilíbrio, abdômen, ombros e escápulas, os saltitos e as corridas. Nos anos 80 a ginástica aeróbica invadiu as academias do Rio de Janeiro e São Paulo. Como na Educação Física sempre há evolução também em função dos erros e acertos, surge então, ainda no final dos anos 80 a ginástica localizada desenvolvida com fundamentos teóricos da musculação e o que ficou de bom da Calistenia. A ginástica aeróbica de alto impacto causou muitos microtraumatismos por causa dos saltitos em ritmos musicais quase alucinantes. A musculação surgiu com uma roupagem nova ainda nos anos 70 para apagar o preconceito que algumas pessoas tinham com relação ao Halterofilismo. Hoje, sob pretexto da criatividade, a ginástica localizada passa por uma fase ruim com alguns professores ministrando aleatoriamente, aulas sem fundamentos específicos com repetições exageradas, fato que a ciência já reprovou, principalmente se o público alvo for o cidadão comum. Bom, se esse papo de história da Educação Física estiver muito chato escrevam. Na semana que vem a gente pretendo falar, na última parte, sobre a Ed. Fisica no Brasil. Combinado? Luiz Carlos de Moraes CREF-1 3529T